Contextualização

O curso de Engenharia Civil de Infraestrutura justifica-se diante da necessidade de profissionais habilitados em Engenharia Civil, mas especialmente capazes de atuar em obras civis de grande porte e de infraestrutura, em suas diversas etapas.

No ano de 2010 foi publicado pelo Governo Federal um documento intitulado “Brasil 2022”, em que são estabelecidas metas claras e mensuráveis para desenvolvimento do País nos cem anos seguintes, no âmbito econômico, social, político e de infraestrutura. No que se refere à infraestrutura, algumas destas metas versam sobre a melhoria da capacidade de transporte do País, tais quais: o aumento da participação dos transportes aquaviário e ferroviário, a ampliação dos municípios atendidos por transporte aéreo e melhoramento do desempenho logístico e capacidade portuária, a implantação de corredores de transporte em grandes cidades e a duplicação da extensão da rede de metrôs. Outras das metas referem-se ao setor de habitação, tais quais: zerar o déficit habitacional, urbanizar assentamentos precários e promover a regularização fundiária de metade dos domicílios informais. Adicionalmente, foram estabelecidas como metas o aumento do potencial hidráulico, a duplicação do consumo per capita de energia e o atingimento de 100% de acesso a saneamento ambiental em todas as cidades.

No entanto, a implementação destas metas requer necessariamente a disponibilidade de profissionais qualificados para conduzir a concepção de projetos, a execução e acompanhamento de obras, bem como aqueles que possam contribuir com o desenvolvimento de tecnologias que permitam o atingimento destas metas de forma mais racional e eficiente. Cabe salientar ainda o potencial de desenvolvimento que se descortina perante o País dado o atual cenário geopolítico mundial, em especial por conta do protagonismo que os países que compõem o BRICS têm capacidade de assumir. O Brasil, assim como as demais nações que compõe o Grupo, têm no próprio mercado interno um grande potencial de crescimento, mas a cooperações entre estes países torna mais expressiva a capacidade de desenvolvimento. A perspectiva de crescimento econômico traz consigo o aumento da oferta de emprego, da renda da população e consequentemente da demanda por serviços, habitação e infraestrutura. Estes efeitos, como mencionado anteriormente, têm sido percebidos na recente ampliação de investimentos em infraestrutura e da própria demanda por energia, redes de transportes, habitação e serviços.

Já nos últimos anos a demanda por engenheiros para atuação em obras de infraestrutura de transportes, de petróleo e gás, de mineração, de habitação, de saneamento e mobilidade urbana aumentou significativamente, e expôs a escassez de profissionais com este perfil no mercado nacional. Ainda assim, muitos dos profissionais existentes são ainda remanescentes de outros ciclos nacionais de investimentos mais vultuosos em infraestrutura, os quais perduraram, de maneira geral até os anos 1970.

Diante deste cenário o curso de Engenharia Civil de Infraestrutura da UFSC coloca-se como um promotor da formação de profissionais com este perfil, de forma a contribuir com a necessária renovação do contingente de engenheiros aptos a atuar em obras de infraestrutura e grandes obras no País.